Católico de adesivo

         Estava eu no trânsito que está um caus completo, quando passa por mim um carro a toda velocidade, “tirando” um fino da frente do meu carro e me dando uma “fechada” daquelas, para em seguida avançar o sinal que havia fechado. Mas ainda deu tempo de ver os adesivos colados na traseira do veículo com os seguintes diseres: “Sou católico, graças a Deus.” e “Eu respeito as leis de trânsito”.
        Esta situação me fez recordar um fato ocorrido comigo, destas situações que Deus nos coloca para nos testar a fé, humildade e caridade.
          Eu fui a padaria, peguei o que precisava e me dirigi ao caixa, ao chegar só havia uma pessoa e eu fiquei de lado, próximo a saída, pois estava com pressa. Antes de ser atendido, outras pessoas se aproximaram do caixa e se posicionaram atrás da pessoa que estava sendo atendida.
          Quando o atendimento desta pessoa terminou, achando que iria ser atendido entreguei o pacote de pão e o dinheiro, mas para a minha surpresa, o homem que estava no caixa recusou de maneira grosseira e me mandou entrar na fila. Estranhei a atitude já que ele me viu e sabia que era a minha vez, protestei calmamente, mas a resposta foi a mesma e da mesma maneira, foi quando perdi a calma e elevei a voz começando uma discussão.
           Já estava para partir para a agressão física, quando, não me lembro ao certo em que momento, mas me deparei com a imagem de Cristo estampada na camiseta do Grupo Bom Pastor que eu vestia, foi quando me veio um sentimento de incomodo. Afinal de contas, como eu poderia representar Jesus com aquela atitude? Falar em Deus é muito fácil, mas praticar os seus ensinamentos não.
          Resolvi então encerrar a discussão e me dirigir para o final da fila, aguardar a minha “vez” e esquecer que eu estava certo, mas que aquela atitude me tirava a razão e não representava o que é ser um bom cristão,  pois daquela maneira eu não estava sendo um bom exemplo para ninguém.
          Quando sai da padaria me senti humilhado e ultrajado, mas depois percebi o recado de Deus.
          Sou católico, mas detesto esta frase: “Sou católico graças a Deus”, primeiro que a considero particularmente ofensiva com outras religiões e credos. É como se dissessem, ser católico e que interessa, nós estamos certos, vocês errados e segundo que isto me lembra o radicalismo religioso em que se mata em nome de Deus, quando deveríamos praticar o ecumenismo tão bem tratado pelo movimento leigo dos Focolares.
          De certo, adesivos como “Eu respeito as leis de trânsito” e tantos outros são importantes meios de se passar mensagens positivas e de civilidade, como é o caso especifico deste caso.
          Sabe-se la qual era o motivo que levou ao motorista fazer aquela manobra arriscada e infringir pelo menos uma lei de trânsito, talvez era um médico que ia correndo para uma sala de cirurgia, ou um pai indo buscar seu filho que sofreu um acidente na escola e tantos outros casos.
           Mas o que acredito é que quando colocamos uma camiseta, colamos um adesivo em nossos veículos, empunhamos faixas, vamos a missa, oramos o terço, lermos a bíblia, comungamos, etc, não faz o menor sentido se não praticamos.
           Por isto é muito importante deixamos a hipocrisia de lado e termos uma vida plena em Cristo, praticando os seus ensinamentos, seguindo as leis de Deus, amando os nossos inimigos.
           Não podemos de maneira alguma sermos apenas Católicos, Cristãos, Homens/Mulheres de fé, apenas no adesivo, apenas nas camisetas, devemos sim, sermos exemplos vivos de uma fé inabalável e um respeito incomedido de respeito e amor ao próximo, mesmos que ele seja o nosso pior inimigo ou simplesmente algum mau educado no trânsito ou na padaria.
           Portanto, tenha mais cuidado ao usar uma camiseta e/ou colocar um adesivo no seu carro, porque você está representando Deus e estará sendo um péssimo exemplo aos outros se discutir, correr, beber, etc.
          Eu tenho um adesivo da Canção Nova no meu carro e procuro ouvir musicas religiosas, para me lembrar que Sou um Cristão.
          A idéia é a seguinte: Dirigido por mim, mas conduzido por Deus.